Rádio 98FM Canoinhas

Setor de madeira e derivados é o mais afetado por tarifaço de Donald Trump, mostra governo catarinense

Pelo menos 41% dos prejuízos estimados estão nesta cadeira de produção
O setor madeireiro catarinense está sendo o mais afetado pelo tarifaço do presidente estadunidense Donald Trump, informou o Governo do Estado em coletiva concedida na manhã desta quarta-feira, 13, logo após o Governo Federal anunciar um pacote de ajuda aos setores mais prejudicados pela taxação de 50%. Estadualmente, mais de R$ 9 bilhões em exportações estão sendo afetados pela medida do governo estadunidense.

As cadeias mais afetadas pelo tarifaço / Reprodução / SEFSC


É justamente o setor madeireiro que está mais concentrado no Planalto Norte catarinense, com fábricas de portas em Porto União e de compensados em Canoinhas e Três Barras. O setor de móveis, outro bastante afetado, está nas cidades de São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho, onde mais de 3 mil funcionários desse setor estão em férias coletivas.

Em um universo de 829 empresas catarinenses afetadas, 40 enfrentam nível crítico. Essas 40 empresas empregam 4 mil pessoas e faturaram R$ 2,2 bilhões em 2024 (R$ 1,9 bilhão com os Estados Unidos).

Ao apresentar a tabela acima, o secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, considerou que as empresas nos níveis relevante, alto e crítico preocupam o governo. São 140 empresas nesta situação.

MEDIDAS

Linhas de crédito a serem liberadas pelo governo / Reprdoução / Sefaz SC
O Governo do Estado anunciou medidas que buscam ajudar os empresários. Haverá liberação de crédito acumulado de ICMS de exportação (saldo atual), dividido em três meses. Esse crédito estará disponível para 295 empresas que empregam 73 mil pessoas. O valor chega a R$ 62 milhões e será devolvido em setembro.

Haverá, ainda, postergação de pagamento de ICMS em 60 dias por três meses. Serão R$ 36 milhões por mês.

Novas linhas de crédito também serão liberadas. O governo se propõe a cobrir os custos fixos proporcionais às exportações para os Estados Unidos por quatro meses. Será considerado o histórico de exportações para os Estados Unidos nos últimos 12 meses e não atrelados as exportações futuras.

No total, o governo planeja liberar R$ 134 milhões em apoio com medidas tributárias e R$ 301 milhões em apoio com linhas de financiamento.

O presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, parabenizou o governo pelo empenho e resposta às demandas dos empresários exportadores catarinenses. “Impossível a gente conseguir trabalhar com essa tarifa de 50%. No caso do setor madeireiro, é mais barato comprar da Ásia do que do Brasil. As empresas com segundo turno, estão contratando. Os Estados Unidos têm mercado, mas não temos preço para competir. Na Ásia eles têm taxas de 30%, logo conseguem vender mais barato”, disse.

Entenda as medidas:

Siewert durante anúncio do pacote / Roberto Zacarias/Secom GOVSC


Liberação do crédito acumulado de exportação dividido em três meses
R$ 62 milhões em créditos 295 empresas se enquadram nos critérios (níveis crítico, alto, relevante e gerenciável)
73 mil empregos preservados
Início da medida: Setembro de 2025
Empresas exportadoras acumulam créditos de ICMS gerados nas operações de exportação. Essas empresas têm um fluxo estabelecido para a transferência de crédito. Com a medida, o Estado vai antecipar a liberação do saldo de crédito acumulado dividido em três meses, garantindo a entrada de recursos no caixa das empresas de forma imediata.

Postergação do pagamento do ICMS por 60 dias durante três meses
R$ 72 milhões em ICMS postergado (R$ 36 mi/mês)
295 empresas se enquadram nos critérios (níveis crítico, alto, relevante e gerenciável)
73 mil empregos preservados
Início da medida: Setembro de 2025
Empresas diretamente afetadas pela tarifa poderão adiar o pagamento do ICMS por dois meses, durante três meses consecutivos. Na prática, os vencimentos do imposto serão prorrogados, sem multa, por 60 dias. A medida melhora o fluxo de caixa das empresas no curto prazo, permitindo que reorganizem suas finanças sem comprometer as operações.

Financiamento emergencial
R$ 265 milhões disponíveis em linhas de financiamento
18 mil empregos preservados
Início da medida: Imediato
251 empresas se enquadram nos critérios
Níveis crítico, alto, relevante = faturamento até R$ 300 milhões/ano
Nível gerenciável = faturamento até R$ 100 milhões/ano

Empréstimo em Dólar (US$)Total: R$ 165 milhões
Taxa: Variação cambial + 3% a.a.*
Custo p/ Estado: R$ 18,3 milhões
*Estado irá subsidiar cerca de 6 pontos percentuais em relação à média praticada no mercado

Empréstimo em Reais (R$)Total: R$ 100 milhões
Taxa: 9% a.a. fixo em R$*
Custo p/ Estado: R$ 17,6 milhões
*Estado irá subsidiar cerca de 10 pontos percentuais em relação à média praticada no mercado

Condições gerais

Carência: 12 meses (pagamento dos juros semestrais)
Amortização: 24 meses (pagamento principal + juros mensais)
Prazo p/ quitação: 36 meses
Custo total p/ Estado: R$ 36 milhões

O Governo de Santa Catarina, em parceria com o BRDE, vai oferecer uma linha de financiamento emergencial, específica para cobrir, por quatro meses, os custos fixos das empresas (como energia, aluguel e folha de pagamento) na mesma proporção das receitas que vinham das exportações para os EUA. Será considerado o histórico de exportações para os EUA nos últimos 12 meses, não atrelado a exportações futuras.

Por exemplo: um negócio com faturamento anual de R$ 100 milhões, com cerca de R$ 40 milhões em exportações comprometidas pela nova tarifa, terá a opção de buscar um financiamento na ordem de R$ 4 milhões — nesse cálculo, a SEF/SC considera que o custo fixo representa 30% do faturamento da empresa.

Serão atendidos pela medida os negócios com faturamento máximo de R$ 300 milhões/ano que tenham sofrido impacto “crítico”, “alto” ou “relevante” diante da nova tarifa. Também serão atendidos os estabelecimentos com faturamento máximo de R$ 100 milhões/ano enquadrados no nível “gerenciável” de impacto.

“A medida prioriza empresas de médio e menor porte, que têm menos alternativas no mercado internacional e maior vulnerabilidade diante da tarifa, enquanto as grandes corporações costumam ter maior diversificação de mercados e estrutura mais adaptada para redirecionar suas estratégias comerciais”, explica o secretário Cleverson Siewert.

Fonte: JMais

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