Alguns moradores de Três Barras tomaram um susto ao verificarem as faturas relativas ao consumo de água em suas casas neste mês: o valor aumentou, segundo eles, de forma incomum.
Léa de Cássia é moradora do bairro Vila Nova e percebeu um aumento inesperado na fatura do consumo de água que recebeu neste mês, relativa ao mês de janeiro. De acordo com Léa, suas faturas comumente variam entre R$ 80 e R$ 90 mensais. Em fevereiro, no entanto, o valor da fatura que ela recebeu é de R$ 349,71.
Segundo Léa, outros moradores do bairro também estranharam os valores elevados nas contas recebidas. “Tem pessoas que receberam faturas no valor de mais de R$ 900”, comentou.
Luiz Fernando Felisky, também morador do bairro Vila Nova, relata que suas faturas de consumo de água costumavam custar em torno de R$ 70, mas a conta recebida neste mês é de aproximadamente R$ 150. “Nós não aumentamos o consumo, pois minha família trabalha fora o dia todo”, destacou.
Situação parecida teria acontecido com uma moradora do bairro João Paulo II, que alegou receber contas em torno de R$ 60 no que diz respeito ao consumo de água, e estranhou uma fatura no valor de R$ 167,77 relativa ao consumo de janeiro; mais que o dobro do valor habitual. Ela alega ter procurado o Samasa via WhatsApp, que a respondeu com uma mensagem automática, sem apresentar opções para o registro da situação.
Outro morador do bairro Vila Nova relatou à reportagem do JMais que a sua fatura referente ao consumo de água no mês de janeiro veio no valor de cerca de R$ 190, sendo que habitualmente, a conta costuma girar em torno de R$ 70. “Não é pelo valor, mas eles pelo menos têm de nos dar uma explicação que justifique esse aumento absurdo”, destacou.
REAJUSTE
O órgão que administra as faturas de água no município é o Serviço Autônomo Municipal de Água e Saneamento Ambiental de Três Barras (Samasa). A autarquia terceiriza o serviço de fornecimento de água no distrito do São Cristóvão, em Três Barras, para a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
Em comunicado oficial publicado no início deste mês, a Casan informou que as agências reguladoras – Aresc (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina), Aris (Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento), Agir (Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí) e Cisam-Sul (Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental) – autorizaram o reajuste tarifário anual de 2025 em relação aos serviços prestados pela companhia.
O reajuste da Casan, aplicado a partir de 1º de março de 2025 nas tarifas de água, esgoto e na tabela de serviços e infrações, é de 5,56%. O reajuste descrito pelas faturas entregues pelo Samasa nas residências de Três Barras, porém, é de 8,37%.
CONTRAPONTO
Procurado pela reportagem do JMais, o diretor do Samasa, Emílio Gazaniga Neto, alegou que apenas uma pessoa procurou oficialmente o órgão para relatar que sua conta teria tido um valor superior a R$ 100. Segundo ele, foi a única reclamação recebida pelo Samasa de moradores do bairro Vila Nova.
O reajuste anual é superior ao da Casan, segundo Gazaniga, porque não houve nenhum reajuste nos anos de 2023 e 2024. “O último reajuste havia sido de 13,15% em 2022”, destacou o diretor do Samasa. Ele reforça também que o custo da operação aumentou ao longo dos últimos anos, portanto, o reajuste “foi sugerido pela agência reguladora para equacionar os custos e equilibrar as contas”, comentou.
Gazaniga reforça ainda que o metro cúbico da água em Canoinhas é mais alto que o de Três Barras, então, segundo ele, “a população de Três Barras não pode reclamar”.
O diretor destaca ainda que são emitidas aproximadamente 6 mil faturas por mês e que erros podem acontecer, mas que o Samasa está à disposição da população para qualquer dúvida ou correção em caso de leituras equivocadas.
“Isso é normal, a gente abre um procedimento para verificar se não é um vazamento, se não é uma leitura equivocada, e na sequência, se for um erro, nós prontamente corrigimos, como foi esse caso na Vila Nova, foi emitida uma fatura corrigida”, enfatizou Gazaniga.
Fonte: JMais